A crise sanitária global, algo nunca visto na história recente, desencadeou uma crise financeira sem precedentes, com efeitos sucessivos e em cascata. É em cima deste quadro que os economistas vêm pautando suas projeções sobre a economia brasileira.
Fechamento de empresas, piora nas contas públicas e desemprego em nível recorde. Essas são algumas das cicatrizes da pandemia do coronavírus nos cenários econômicos pelo mundo.
E no Brasil? Como está o cenário econômico e qual a previsão de retomada para indústrias, comércio e serviços?
Em 2020, para tentar conter o caos que se instalava, o governo federal injetou quase R$ 250 bilhões de reais via auxílio emergencial, além de lançar programas emergenciais de empregos e de crédito, com foco na manutenção de empresas e renda. Esse aporte de dinheiro segurou o quanto pôde a economia e o PIB caiu pela metade do que estava previsto (previsões de queda de mais de 9%, contra queda de 4,1% no final do ano). Ainda assim, altíssima.
Para 2021, entretanto, não podemos esperar a mesma injeção de recursos. As restrições que governadores e prefeitos vêm impondo ao comércio, indústrias e serviços só cessarão com a vacinação em massa da população.
O crescimento econômico, então, depende praticamente na sua totalidade da aceleração da vacinação, por meio do Plano Nacional de Imunização.
Economistas avisam que devemos nos preparar para um ano desafiador. A recuperação só será iniciada a partir do segundo semestre deste ano, mas mostram um cenário fraco e com avanço desigual entre os setores.
Entre os que terão melhor desempenho figuram-se o e-commerce (este felizmente sempre bem posicionado), o transporte (serviço de entregas via aplicativo, mobilidade urbana e distribuição), o agronegócio, a mineração, a educação à distância e a saúde (farmacêuticas, cuidados preventivos e telemedicina).
Segundo eles, entretanto, o país só avançará neste ano se houver retomada firme de vendas e emprego em comércio, salões de beleza, restaurantes, bares, transportes e outros segmentos de serviços. Esses são os setores que alavancam a economia representando mais de 60% do PIB.
Além da vacinação, o governo terá que avançar na agenda das reformas estruturais administrativa e tributária, sinalizando para o mercado que está comprometido a melhorar o ambiente de negócios.
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